No universo dos cuidados estéticos e de higiene para animais de estimação, os serviços de banho e tosquia são fundamentais para garantir a saúde, o conforto e o bem-estar de cães e gatos.
Entretanto, quando o animal apresenta comportamento agressivo ou é resistente ao manuseamento, a realização desse serviço torna-se muito mais complexa. Nestes casos, há a necessidade de mais tempo, técnicas específicas, precauções extras e, por consequência, um custo mais elevado.
É importante que os tutores compreendam as razões pelas quais o atendimento a um animal com comportamento agressivo ou de difícil manejo demanda mais dedicação e, portanto, tem um valor diferenciado.
1. Animais com Comportamento Difícil Exigem Mais Tempo de Atendimento
Um cão ou gato com comportamento agressivo ou muito reativo não permite que o profissional trabalhe com fluidez. Cada etapa do processo — seja o banho, a secagem, a escovagem ou a tosquia — precisa ser realizada com mais cautela, mais pausas e maior atenção ao comportamento do animal.
Enquanto um animal tranquilo pode ser atendido em 30 a 40 minutos, um animal agressivo ou agitado pode exigir o dobro ou até o triplo desse tempo. O profissional precisa interromper o serviço sempre que o animal apresentar sinais de Stress elevado, tentativa de mordida ou fuga, e muitas vezes precisa readaptar o atendimento para garantir a segurança de todos os envolvidos.
Exemplo:
Um cão dócil de pequeno porte pode ser higienizado e tosquiado em 40 minutos. Já um cão do mesmo porte, porém agressivo, pode levar até 2 horas, considerando pausas para acalmar o animal, necessidade de contenção e eventuais tentativas de fuga ou ataque.
Esse tempo adicional impacta diretamente a agenda do estabelecimento, exigindo reorganização de horários e exclusividade de atendimento, o que justifica o valor mais alto.
2. Segurança do Profissional e do Animal
Tosquiadores e profissionais de banho e tosquia são frequentemente expostos a riscos físicos ao lidar com animais agressivos. Mordidas, arranhões, lesões e até quedas podem ocorrer quando o animal reage com força, tentando se soltar ou atacar durante o procedimento. Além do risco ao profissional, o próprio animal pode se ferir ao se debater, escorregar ou resistir à manuseamento
Para reduzir esses riscos, o atendimento deve ser feito com o uso de equipamentos de contenção seguros e apropriados, como:
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Açaimes ajustadas;
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Coleiras de contenção específicas;
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Tapetes antiderrapantes;
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Mesas com suportes e ganchos reguláveis;
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Luvas e protetores para o profissional.
O uso desses equipamentos, além de tornar o atendimento mais seguro, também requer conhecimento técnico, tempo adicional de preparação e experiência prática — fatores que encarecem naturalmente o serviço.
3. Necessidade de Técnicas Especiais e Profissionais Capacitados
Atender um animal agressivo exige habilidade técnica e controle emocional, algo que vai muito além do simples ato de dar banho ou tosar. O profissional precisa saber ler a linguagem corporal do animal, prever reações, identificar sinais de estresse ou medo e saber como reagir em cada situação.
Além disso, muitos desses casos requerem o auxílio de mais de uma pessoa, ou até mesmo o atendimento em parceria com clínicas veterinárias, quando há necessidade de sedação leve ou tranquilização farmacológica, sempre sob orientação de um médico veterinário.
Profissional Especializado:
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Passa por treinamentos em comportamento animal;
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Aprende técnicas de aproximação e manejo com reforço positivo;
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Desenvolve paciência, empatia e autocontrole emocional.
Essa qualificação adicional e o cuidado necessário ao manusear animais com comportamento desafiador agregam valor ao serviço.
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4. Stress e Bem-estar do Animal
Animais agressivos geralmente não o são por “maldade”. Em muitos casos, a agressividade é um reflexo de:
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Medo de ambientes desconhecidos;
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Traumas anteriores em pet shops ou clínicas;
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Falta de socialização adequada;
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Experiências dolorosas ou desconfortáveis no passado;
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Desconhecimento de comandos básicos e falta de treinamento.
Por isso, é essencial que o atendimento seja feito com muita calma, empatia e respeito aos limites do animal. O profissional precisa ajustar seu ritmo, conversar com o animal de forma suave e, em alguns casos, interromper o atendimento para evitar que ele entre em colapso emocional.
Esse cuidado ético e emocional, voltado para o bem-estar do animal, requer tempo, sensibilidade e flexibilidade, elementos que não estão presentes em atendimentos rápidos e mecânicos.
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5. Prevenção de Acidentes e Responsabilidade Profissional
Imagine um gato muito agitado tentando saltar de uma mesa de tosquia com a tesoura ou a máquina ligada por perto. Ou um cão tentando morder o secador, o que pode causar queimaduras ou choques leves. Esses exemplos mostram como um comportamento agressivo ou impulsivo aumenta significativamente o risco de acidentes.
Por isso, o profissional precisa:
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Redobrar os cuidados em cada etapa do processo;
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Realizar o serviço de forma mais lenta e consciente;
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Interromper imediatamente qualquer ação que represente risco;
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Garantir que o animal esteja sempre seguro, mesmo que isso signifique não concluir o serviço.
Essa responsabilidade não apenas aumenta o tempo de serviço, mas também impõe uma postura ética e protetiva, que justifica a cobrança de valores adicionais.
6. Atendimento Personalizado e Exclusivo
Cães e gatos com comportamento agressivo frequentemente precisam de atendimento exclusivo, em horários diferenciados, para evitar o contato com outros animais ou estímulos que possam agravar sua reatividade.
Isso significa que o Salao de Banhos e Tosquias ou clínica deve:
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Reservar um ou mais profissionais específico para esse atendimento;
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Adaptar a rotina do local para manter o ambiente mais calmo;
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Reduzir ou eliminar estímulos visuais, auditivos ou olfativos;
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Limitar a entrada de outros clientes durante o procedimento.
Essas adaptações envolvem logística, tempo e custo operacional maior, e por isso são refletidas no valor final do serviço.
7. Clareza e Transparência com os Tutores
Cobrar um valor extra por atender um animal agressivo não é uma forma de “penalizar” o tutor, mas sim uma forma de valorizar o esforço, o tempo e a responsabilidade envolvidos nesse tipo de atendimento.
É essencial manter uma comunicação clara, transparente e respeitosa com os tutores, explicando:
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Por que o comportamento do animal dificulta o serviço;
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Que o tempo e os riscos aumentam;
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Que o bem-estar do animal é prioridade;
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E que o preço extra reflete todo esse cuidado e preparação.
Conclusão
O banho e a tosquia de um cão ou gato agressivo ou com comportamento difícil não são tarefas simples. Esses atendimentos exigem preparo técnico, paciência, equipamentos específicos, segurança reforçada e muito mais tempo de serviço. Por essas razões, é absolutamente justo e necessário que esses serviços tenham um valor adicional, refletindo o esforço, a responsabilidade e o cuidado dedicados a esses casos especiais.
A compreensão e a colaboração dos tutores são fundamentais para que o processo seja mais seguro, tranquilo e humanizado, tanto para os animais quanto para os profissionais envolvidos.
Afinal, o objetivo de todos é o mesmo: garantir que os pets estejam limpos, saudáveis e bem cuidados, de forma ética, segura e respeitosa.